‘Temos adutoras do tempo do império’, diz Águas do Rio; a que se rompeu e causou morte de idosa tinha 75 anos


Marilene Rodrigues, de 79 anos, morreu soterrada após tubulação de alta pressão se romper. O acidente foi na madrugada desta terça-feira (26) na Rua das Opalas. ‘Temos adutoras do tempo do império’, diz Águas do Rio após acidente
A adutora que se rompeu nesta terça-feira (26), em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, foi instalada em 1949. Por causa do acidente, uma idosa morreu soterrada na madrugada na Rua das Opalas. A via pertence à área de distribuição da Águas do Rio.
A concessionária, responsável pela manutenção da tubulação, explica que o sistema é extenso e antigo.
“Nós temos uma rede muito extensa, nós temos mais de 3.500 km de adutoras com mais de 300 milímetros. Só de rede de água são 17.000 km. Então, é uma rede muito extensa, de idade variada, tem adutoras que foram construídas ainda no tempo do império. Essa, por exemplo, tem mais de 70 anos”, explica o diretor institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade.
Marilene Rodrigues, de 79 anos, dormia quando sua casa veio abaixo, destruída pela força da água.
“Eu perdi minha mãe! Que saneamento básico é esse!?”, desabafou Simone, filha de Marilene.
Suelen Belo, filha de criação de Marilene, foi retirada com vida dos escombros. Ela disse ter ficado 1 hora presa, mas escapou praticamente sem ferimentos.
Enxurrada derrubou paredes
O acidente foi às 3h30 na Rua das Opalas, e o corpo de Marilene só foi encontrado 5 horas depois. A enxurrada derrubou paredes, telhados e muros e arrancou o asfalto. O bolsão chegou a cobrir a roda dos carros — um deles chegou a ser arrastado até os fundos do terreno.
Pedaços do cano estourado ficaram espalhados pela via, em meio a muita areia. Vizinhos contaram que foi a 2ª vez no mês que a região sofre com rompimentos.
A Rua das Opalas pertence à área de distribuição da Águas do Rio. A canalização, de concreto, é de 1949 e tem a vazão de 500 litros por segundo — o tubo é tão largo que um adulto de 1,70 metro consegue caminhar por ele sem se abaixar.
Adutoras antigas e sem manutenção estão entre as causas dos acidentes no RJ
O ramal atende toda a Zona Norte do Rio e parte da Baixada Fluminense, cobrindo 74 km. A água que o abastece vem de Ribeirão das Lajes. O conserto deve demorar até 2 dias, e a normalização do fornecimento, mais 3 dias a partir do término do reparo.
A Cedae informou que reduziu a produção de Ribeirão das Lajes para 73% da capacidade a pedido da Águas do Rio para contenção e reparo da adutora. “O sistema vai ser normalizado após a conclusão do reparo da concessionária”, disse.
A manutenção do Guandu, que é um sistema distinto, segue sem alterações no cronograma.
Marilene Rodrigues (D)
Reprodução
Adutora se rompe em Rocha Miranda
Reprodução/TV Globo
Adutora se rompe em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.
Anne Poly/ TV Globo
Adutora rompe em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, e mata duas pessoas
Anne Poly/ TV Globo
Rompimento de adutora causa duas mortes em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.
Anne Poly/ TV Globo
Bombeiros isolaram área onde adutora rompeu em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio
Anne Poly/ TV Globo
Estrago causado por rompimento de adutora em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio
Anne Poly/TV Globo
Adutora rompe em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio
Reprodução/ TV Globo
Adutora se rompeu em Rocha Miranda
Anne Poly/ TV Globo
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