Inclusão: paratleta e atleta de Balneário Camboriú participam de IRONMAN em Aracajú

O paratleta e campeão de jiu-jitsu de Balneário Camboriú, Ezequiel da Luz e o atleta Mário Alves participaram do Circuito Itaú BBA IRONMAN 70.3 em Aracajú, Sergipe, neste domingo, 24. Após conquistar um título mundial em Abu Dhabi, Ezequiel enfrentou o desafio de competir em uma das provas mais exigentes do mundo.

São 90km de ciclismo, 1,9 km de natação e mais 21,1 km de corrida. Se isso já é difícil para um atleta de elite, imagina para um atleta carregando outro atleta. Com o objetivo de incentivar a inclusão dentro do esporte, a dupla se desafiou na competição. A dificuldade não foi somente na prova, ela começou antes mesmo de chegar na cidade, pois enfrentaram uma viagem de carro de quase 3 mil km para chegar no nordeste do país. 

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“Nessa viagem vemos alguns obstáculos, né, porque uma viagem de carro até Aracajú, Sergipe não é fácil. Foram 3 mil km na estrada e foi bastante cansativo, fatigante. Mas todo esse cansaço foi vencido pela alegria de participar de um IRONMAN -70.3 pela primeira vez e também pela alegria a qual fomos recepcionados na cidade de Aracajú. Foi muito maravilhoso”, ressalta Ezequiel.

Os desafios da prova

A etapa mais difícil para Ezequiel foi o ciclismo. Durante os 90 km de pedalada, a dupla enfrentou ventos contrários que chegaram a parar a bicicleta e um percurso repleto de viadutos, o que aumentou a dificuldade. Para dimensionar, 90 km equivalem à distância entre Balneário Camboriú e Florianópolis, mas com Mário puxando um triciclo onde Ezequiel estava.

Apesar do esforço, a dupla ultrapassou o limite de tempo de 4 horas para a etapa de ciclismo, concluindo em 4h13. Por isso, não poderia seguir para os 21 km de corrida. Ainda assim, Ezequiel celebrou a conquista: “Ganhamos a medalha, foi incrível participar, foi incrível (…) uma experiência única” destaca.

Ezequiel comenta que um fato a se pensar quando atletas promovem a inclusão dentro de um esporte como o IRONMAN, é proporcionar uma margem maior de tempo para essa dupla. Pois é mais difícil quando se faz esse trajeto carregando outra pessoa.

“Eles podem mudar, promovendo a inclusão, é dar um tempo hábil de corte diferenciado para dupla inclusiva, porque quem tá puxando uma cadeira, um triciclo, puxando um bote, tinha que ter um tempo de corte melhor, maior um pouquinho do que o dos outros. Se a gente tivesse essa diferença de 20 minutos de tempo, a gente tinha completado nosso primeiro IRONMAN”, relatou. 

No entanto, Ezequiel não esconde a felicidade em ter participado do IRONMAN, e afirma, que parte dessa linda história, se deve ao seu companheiro de prova, Mário Alves. “E todo esse mérito aí da corrida não é só meu , porque eu sou só uma ferramenta de inclusão desse projeto, e é o Mário, o meu parceiro de treino que me puxa no bote, me puxa no triciclo e me puxa na bike”, afirma.

História de Inclusão

Mário Alves, que corre promovendo a inclusão há sete anos pelo Projeto Corrida Acessível, comentou sobre as dificuldades da prova, especialmente o calor e os ventos fortes que estavam presentes em cerca de 60% do percurso de ciclismo. Este projeto foi idealizado por ele e disponibiliza gratuitamente triciclos adaptados para pessoas com deficiência (PcD) na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú.

“No início deste ano resolvi realizar um sonho antigo de praticar triathlon e veio a ideia de levar a inclusão também para este mundo. Eu espero que este Ironman dê mais visibilidade paro Iron Access e traga mais apoiadores”, afirmou Mário. 

Ele concluiu afirmando que o mais importante no esporte é mostrar que todos podem praticar a modalidade, basta ter vontade, disciplina e amor ao próximo, que desta forma a inclusão é possível.

Matéria por: Camili Guckert – estagiária de Jornalismo

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