Conflito em Dourados deixa 50 indígenas feridos após ação da PM para parar protestos 

Mais de 50 indígenas ficaram feridos em confronto com a Polícia Militar, em Dourados (MS), durante o protesto que bloqueava a rodovia MS-156 desde segunda-feira, 25.

A manifestação exigia soluções definitivas para a falta de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru, problema que, segundo a população local,  afeta mais de 20 mil moradores há anos.

A intervenção policial ocorreu após negociações não avançarem, resultando no uso de balas de borracha e gás lacrimogêneo.

Uma moradora local contou ao Misturebas que pessoas foram baleadas e levadas quando os PMs entraram nas aldeias para controlar os atos.

Os manifestantes já haviam informado sobre o protesto por meio de ofício enviado dois dias antes. Apesar disso, a tropa de choque foi enviada pelo governo estadual, e o confronto resultou em ferimentos graves, incluindo mulheres e crianças.

Entre os atendidos, 20 precisaram de curativos por ferimentos de balas de borracha e outros receberam medicamentos para dor e pressão arterial.

Após a operação, uma reunião mediada pelo Ministério Público Federal (MPF), nesta quinta-feira, 28, levou à liberação da rodovia.

No encontro, o governo estadual, representado pela secretária de Cidadania, Viviane Luiza da Silva, comprometeu-se a perfurar dois poços para atender as aldeias e, enquanto isso, utilizar caminhões-pipa para fornecer água.

Em coletiva de imprensa, o governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que a paralisação prejudicou o direito de ir e vir e destacou que, embora o estado tenha destinado recursos para comunidades indígenas, as aldeias de Dourados ainda não estão incluídas nos projetos em andamento.

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Ele também atribuiu o prolongamento do bloqueio a interesses políticos dentro das comunidades indígenas.

Apesar do acordo temporário, os moradores destacam que a única solução viável é a perfuração de poços, pois promessas anteriores de caminhões-pipa não foram cumpridas ou se mostraram insuficientes.

A ação policial também resultou em ferimentos em 12 agentes e danos a viaturas. Moradores afirmam que a violência foi desproporcional e criticam a ausência de diálogo para resolver o problema de forma pacífica. Até o momento, a PM não emitiu um comunicado sobre a ação.

 

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