Governo de Maduro ameaça prender González caso retorne à Venezuela


Urrútia, que está exilado em Madri, disse que está preparado para voltar ao país no dia 10 de janeiro para tomar posse como novo presidente venezuelano. Governo de Maduro: González será preso se voltar no dia da posse na Venezuela
O governo do ditador Nicolás Maduro ameaçou prender o candidato de oposição, Edmundo González Urrútia, caso ele volte à Venezuela. Exilado em Madri, González Urrútia disse que está preparado para voltar ao país no dia 10 de janeiro para tomar posse como novo presidente venezuelano. Veja no vídeo acima.
A ameaça foi feita por Diosdado Cabello, vice-presidente do partido governista OPSUV, ministro da Justiça e ministro da Defesa. Ele afirmou que González Urrútia será detido caso retorne do exílio em Madri para Caracas no dia 10 de janeiro — data clássica das posses presidenciais na Venezuela.
Diosdado Cabello fez a ameaça durante seu programa semanal de TV. Cabello, que aparece no programa com um tacape sobre a mesa, chegou a exibir exibir uma caixa de vidro contendo algemas, que chamou de “presente” para González Urrútia.
González Urrútia declarou que está moralmente preparado para ser preso pelas forças de Maduro. Disse ainda que não tem passagem de avião, mas que seu plano é estar em Caracas no dia 10.
Governo de Maduro: González será preso se voltar à Venezuela
Reprodução/TV Globo
Disputa eleitoral e questionamentos internacionais
No dia 28 de julho, a Venezuela realizou eleições presidenciais. O regime afirma que Nicolás Maduro foi reeleito com 51% dos votos. No entanto, Maduro nunca apresentou as atas eleitorais que confirmariam esse resultado. Vários governos, como os dos Estados Unidos, Colômbia, Brasil e países da União Europeia, exigiram as atas. Na contramão, líderes da oposição exibiram documentos que, segundo eles, mostram que González Urrútia venceu com 67% dos votos.
As autoridades chavistas prenderam na quarta-feira (27) 10 militares acusados de traição à pátria, entre eles um general. Segundo a ONG Foro Penal Venezuelano, 1.087 pessoas estão detidas por motivos políticos, sendo 163 militares.
Na quarta-feira, o governo Biden anunciou sanções contra 21 altos integrantes do regime chavista pelo que chamou de fraude eleitoral de 28 de julho e pela repressão desencadeada desde então.
Além disso, o parlamento venezuelano, hoje 100% controlado pelo chavismo, aprovou uma lei que prevê penas de 25 a 30 anos de prisão para quem apoiar sanções internacionais contra a Venezuela e inabilitações de até 60 anos para políticos que apoiem essas medidas.
Recentemente, a Câmara dos EUA aprovou um projeto para fortalecer sanções contra a Venezuela, que ainda precisa passar pelo Senado americano. A líder opositora María Corina Machado teria apoiado esse projeto, o que levou o regime chavista a acusá-la de traição à pátria.
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