Após perceber desconforto de colegas neurodivergentes, estudantes baianos de 13 anos criam robô para substituir barulho do sinal escolar


Cientistas do amanhã: em uma série de quatro reportagens, o g1 destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano. Estudantes de 13 anos criam robô para substituir barulho do sinal escolar
Ouvir o sinal do intervalo é motivo de alegria para muitos estudantes, que correm para encontrar os amigos no pátio da escola. Porém, para alunos neurodivergentes, o barulho alto e agudo pode ser um desafio e causar desconforto. Ao perceber o incômodo de colegas com sensibilidade auditiva, três adolescentes da Escola Municipal São Geraldo, em Uauá, no sertão da Bahia, foram em busca de uma solução criativa e silenciosa.
O resultado foi o projeto “luz da inclusão, o barulho também me incomoda”, feito pelos alunos do 8º ano do ensino fundamental Saullo Gabriel, Diogo Gonçalves e Felipe Aquiles, todos de 13 anos. Juntos, eles criaram o robô Geraldinho, que usa luzes coloridas para indicar os horários das aulas e do intervalo.
💡 Cientistas do amanhã: em uma série de quatro reportagens, o g1 destaca projetos inovadores de estudantes da Bahia que, com muita criatividade, propuseram soluções para problemas do cotidiano.
“Na escola, já tivemos colegas que se incomodavam muito com o sinal. Uma das meninas tapava os ouvidos e gritava bastante, enquanto outros alunos choravam”, contou Diogo.
Alunos criaram robô para substituir barulho do sinal escolar
Dulino/ Divulgação
O projeto foi feito durante as atividades da educação 7.0, projeto escolar que incentiva soluções reais para desafios do cotidiano. “Geraldinho” foi construído com:
papelão
lata de lixo quebrada
latas de aço
luzes de pisca-pisca natalino
um kit iniciante de robótica
um motor
🤖 O robô funciona da seguinte forma: a luz vermelha indica horário da aula e a verde a do intervalo. Geraldinho ainda usa óculos e foi programado para conseguir levantar os braços.
Segundo Diogo, o robô é fácil de fazer, barato e leve, pontos positivos para ser implementado nas salas de aula das escolas. Além disso, ele não precisa estar ligado a um notebook para funcionar, pois já é previamente programado.
Robô Geraldinho, criado por alunos de Uauá
Dulino/ Divulgação
O projeto foi apresentado na Olimpíadas Dulino, um evento que reúne 225 estudantes da rede pública de Uauá para desenvolver projetos inovadores. Segundo Saullo, a recepção das crianças foi positiva.
“As outras crianças gostaram bastante e nós também ficamos muito felizes com o resultado do projeto. Vamos ampliar, melhorar o robô ainda mais para que ele fique ainda mais próximo das crianças”, contou.
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