PM que matou motociclista de aplicativo com tiro à queima-roupa vira réu por homicídio qualificado por motivo fútil


Na decisão, juíza reforçou a necessidade de manter a prisão preventiva de Venilson Cândido da Silva, de 50 anos. Crime aconteceu em Camaragibe, no Grande Recife. Motociclista de aplicativo morreu após ser baleado por PM em Camaragibe, no Grande Recife
Reprodução/WhatsApp
O policial militar que matou com um tiro à queima-roupa um motociclista de aplicativo virou réu por homicídio qualificado por motivo fútil. Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), aceita pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Venilson Cândido da Silva, de 50 anos, assassinou Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, durante uma discussão após a corrida.
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A denúncia foi aceita, na terça-feira (17), pela juíza Marília Falcone Gomes, da 1ª Vara Criminal de Camaragibe. Na decisão, à qual o g1 teve acesso, a magistrada reforçou a necessidade da manutenção da prisão preventiva do PM, que está detido no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
“A prisão do acusado se afigura estritamente necessária e adequada, seja pela gravidade do crime, das circunstâncias do fato e da condição pessoal do acusado, seja para evitar a prática de novas infrações penais, mostrando-se insuficiente a concessão da liberdade provisória”, escreveu a juíza na decisão.
A data do julgamento de Venilson não foi definida. Por nota, o advogado Ernesto Cavalcanti, que defende o PM, disse que acredita na justiça e que, nesta quarta (18), vai entrar com um pedido de habeas corpus para que Venilson responda ao processo em liberdade.
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Entenda o caso
Motociclista é morto com tiro por PM após corrida em Camaragibe, no Grande Recife
O crime aconteceu no dia 1º de dezembro, no bairro de Alberto Maia, em Camaragibe, no Grande Recife (veja vídeo acima);
Segundo o boletim de ocorrência, testemunhas contaram à polícia que houve uma discussão no final de uma corrida de mototáxi, durante a qual o PM atirou no motociclista;
De acordo com a família da vítima, o motivo da discussão foi o não pagamento de uma corrida no valor de R$ 7;
As imagens do crime, gravadas por uma câmera de segurança, mostram quando o motociclista parou em frente a um condomínio residencial e o policial militar desceu da garupa;
Os dois começaram a discutir e o motociclista também desceu da moto;
Durante o bate-boca, o motociclista empurrou o policial, que andou para trás, em direção ao portão do prédio, e puxou a arma;
O PM atirou no peito da vítima, que caiu no chão. Em seguida, o atirador pegou um objeto no chão e andou em direção ao condomínio;
Ele voltou, deixou o capacete que usava junto do motociclista, que permaneceu deitado no meio da rua;
O atirador guardou a arma e entrou no condomínio;
O PM foi espancado, após ser encontrado dentro de um ônibus perto do local do crime. Outros motociclistas que estavam na área agrediram o policial usando capacetes, até que ele foi levado numa viatura da Polícia Militar;
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) disse que o policial foi autuado em flagrante por homicídio e é investigado pela 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios;
Em audiência de custódia, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e, desde então, está preso no Centro de Reeducação da Polícia Militar;
A SDS decidiu pelo afastamento de Venilson por 120 dias, prazo que pode ser prorrogado pelo mesmo período, se o processo disciplinar não for concluído nesse tempo;
Além do inquérito criminal, conduzido pela Polícia Civil, Venilson responde a um processo administrativo aberto pela Corregedoria da SDS, que pode resultar na expulsão dele da PM.
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