Falso médico que responde pela morte de menina de 10 anos em hospital do ES é preso no PR


Ana Luísa, de 10 anos, morreu 20 minutos após dar entrada em um hospital estadual do Espírito Santo. A criança foi atendida por Leonardo Luz Moreira, que falsificou diploma de medicina e atuou como médico na unidade. Falso médico que atuou em São Mateus é preso no Paraná
O falso médico que responde pela morte de uma criança de 10 anos no Espírito Santo foi preso no último domingo (15), no Paraná. Leonardo Luz Moreira respondia em liberdade, mas teve a prisão preventiva decretada por descumprir a ordem de não sair do país sem permissão para cursar medicina no Paraguai.
O falso médico foi preso pela Polícia Militar do Estado do Paraná, onde alegava morar, e localizado com a ajuda da mãe da vítima, que procurou o Ministério Público e disse que o homem cursava a faculdade no exterior.
A pequena Ana Luísa foi atendida por Leonardo Luz em janeiro de 2021 e morreu 20 minutos após dar entrada no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo.
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A prisão foi realizada após várias tentativas do Ministério Público de buscar o réu em endereços que eram mencionados por ele. Mas o falso médico nunca foi encontrado em nenhum dos locais apontados. A partir disso, foi descoberto que ele estudava medicina no Paraguai.
O homem é acusado dos crimes de homicídio qualificado, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica, praticados em janeiro de 2021. O réu também falsificou um prontuário médico enquanto atuava ilegalmente.
Falso médico Leonardo Luz Moreira atuava em diversos hospitais do ES.
Reprodução/TV Gazeta
Além disso, o falso médico adulterou documentos para tentar comprovar que era formado em uma faculdade de medicina da Bolívia, onde estudou apenas por seis meses.
No dia 18 de agosto de 2021, sete meses após da morte da criança, Leonardo foi preso pela Polícia Federal, mas, desde dezembro do mesmo ano, passou a responder em liberdade.
Segundo o Ministério Público, atualmente, o processo está na fase de preparação para julgamento pelo Tribunal do Júri e o órgão acredita que o julgamento do falso médico poderá ocorrer nos primeiros meses de 2025.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Leonardo Luz Moreira.
Alívio
A mãe de Ana Luísa, Alessandra Ferreira Marcelino, disse que quase quatro anos depois da morte da filha, ficou aliviada após receber a notícia da prisão do falso médico.
“Saber que a justiça está sendo cumprida. Que está caminhando para um desfecho dessa trágica história. Desde o início foi um caso complexo, mas o empenho da Polícia Civil, do Ministério Público, pela instauração do inquérito, pela investigação”, apontou Alessandra.
Ana Luisa, de 10 anos, morreu em 2021 após ser atendida por falso médico em hospital de São Mateus, Espirito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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Alessandra ajudou na investigação ao mostrar que tinha recebido informações sobre o possível paradeiro de Leonardo Luz Moreira.
“Recebi uma foto, o nome da faculdade que ele estava cursando e eu procurei o Ministério Público munida dessa foto e falei que ele estava no Paraguai. Com isso ele estava descumprindo a medida de não deixar o país por responder um processo de homicídio qualificado e ele foi preso”, disse a mãe.
Entenda o caso
Alessandra Ferreira Marcelino, mãe da menina que morreu, contou que a filha, Ana Luísa, começou a passar mal na noite do dia 11 de janeiro de 2021 com dores de barriga e vômitos.
Ela levou a menina para o hospital, onde foi atendida pelo falso médico Leonardo Luz Moreira.
Menina de 10 anos morreu em São Mateus, Espírito Santo, no Hospital Estadual Roberto Silvares em 2021
Reprodução/TV Gazeta
Segundo a mãe de Ana Luísa, Leonardo atendeu a criança sem encostar nela e disse que o diagnóstico era gastroenterite. Cerca de 20 minutos depois de dar entrada no hospital, a criança morreu.
Alessandra acreditava em erro até realmente descobrir que o homem trabalhava com diploma falso.
“É uma revolta muito grande. Como que você confia o seu filho pra um médico e depois você descobre que não é médico? Então, é um sentimento de muita revolta”, disse.
Para deixar a lembrança da menina mais viva, a mãe tatuou no antebraço um desenho feito por Ana Luísa, além de preservar o quarto dela como era.
“Lutamos por Justiça para que ninguém, nenhuma mãe, passe pelo que eu estou passando. Ninguém tem o direito de fazer isso”, disse a professora.
A professora Alessandra Ferreira Marcelino tatuou desenho feito por Ana Luísa no antebraço.
Reprodução/TV Gazeta
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