É #FAKE que diretor do Hospital das Clínicas deu dicas de como evitar gripe e que Tamiflu é feito de erva-doce


Mensagem falsa voltou a circular no WhatsApp. O Hospital das Clínicas de São Paulo negou que a diretoria tenha feito as recomendações. É #FAKE que diretor do HC deu dicas de como evitar gripe e que Tamiflu é feito de erva-doce
Reprodução
Voltou a circular no WhatsApp uma mensagem com recomendações de cuidados contra uma nova gripe atribuídas ao diretor do Hospital das Clínicas de São Paulo. É #FAKE.
selo fake
g1
O que diz a publicação mentirosa
A mensagem falsa começa com o seguinte trecho: “Diretor do HC (Hospital das Clínicas) preocupado com a nova gripe, faz as seguintes recomendações: Fazer do álcool gel o nossso aliado. Começar a tomar vitamina C urgente, cuidar das crianças. Lavar as mãos muitas vezes ao dia. evitar locais onde haja multidão; tomar vitamina C; comer fígado de boi; ingerir sucos de acerola e laranja. Tomar chá de erva-doce duas vezes ao dia”.
Na sequência, o texto enganoso fala sobre erva-doce: “O chá de erva-doce tem a mesma substância que o medicamento TAMIFLU, o remédio usado para tratar a gripe A – H1N1. Aconselha-se tomar o chá como se fosse café, após as refeições. Um infectologista do hospital São Domingos, recomenda tomar de 12 em 12/horas o chá de erva doce, pois ele mata o vírus da influenza. É da erva-doce que é feito o TAMIFLU”.
Por fim, afirma: “* Repasse para seus famíliares e amigos pois é muito importante”.
Fato ou Fake: a checagem passo a passo
▶️ O mesmo conteúdo circula na internet há tempos. O Fato ou Fake já desmentiu em maio de 2018 e em abril de 2019.
▶️ Naqueles dois casos anteriores, a autoria das orientações inverídicas era atribuída ao “Diretor do HC (Hospital das Clínicas) de SP”, em referência ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Agora, lê-se apenas “Diretor do HC (Hospital das Clínicas)”.
▶️O Fato ou Fake entrou novamente em contato com o HCFMUSP. A assessoria de imprensa da instituição negou que a diretoria tenha feito qualquer declaração como a da mensagem mentirosa.
▶️ O comunicado enviado por e-mail diz: “O HCFMUSP esclarece que o texto que recorrentemente circula nas redes sociais, no qual, supostamente, a Diretoria Clínica do hospital faz um alerta sobre a gripe, nunca foi divulgado pela instituição”.
Além disso, as checagens sobre o material fraudulento já haviam relatado:
O laboratório Roche, que produz o Tamiflu, informou que não é verdadeiro o trecho que diz que o chá de erva-doce tem a mesma substância do medicamento.
A nota enviada pela empresa em maio de 2018 afirmava: “O medicamento Tamiflu®, desenvolvido pela Roche, é composto por fosfato de oseltamivir – princípio ativo que consta em bula aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa] –, além de alguns excipientes, que são substâncias complementares à massa ou volume especificados em produtos farmacêuticos. Deste modo, não há, na composição de Tamiflu®, o anis estrelado ou a erva-doce”.
Naquela mesma reportagem publicada no g1 há cinco anos que desmentiu a mensagem, a infectologista Regia Damous, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, disse não haver comprovação científica de que o fígado de boi seja um aliado no combate à gripe.
Sobre de vitamina C, a especialista reforçou que o consumo pode ser um aliado da saúde e ajudar a amenizar os sintomas da gripe, mas não se trata de um remédio.
Para quadros mais leves de gripe, segundo Damous, “basta o tratamento de suporte, com analgésicos, antitérmicos, repouso e hidratação”. “Essas são as maneiras mais corretas de tratamento das formas leves da doença.”
▶️ Há trechos da mensagem que voltou a circular, no entanto, que não estão errados, caso da dica sobre o uso de álcool gel e higienização das mãos:
“É correto, porque o álcool inibe a transmissão dos vírus. A secreção e as gotículas em contato com as mãos acabam inoculando o vírus que entram para o nosso organismo por meio do nariz, olhos e boca. É muito correto fazer do álcool nosso aliado, pois ele funciona como uma barreira de transmissão”, explicou a médica.
“O vírus H3N2 não exige prevenção especial, bastando-se apenas seguir as mesmas regras para as outras doenças respiratórias, como evitar ambientes fechados ou com pouca circulação de ar.”
VÍDEOS: Fato ou Fake explica
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