Índice aponta Florianópolis entre cidades mais atrativas para o mercado imobiliário em 2024

Em 2024, Curitiba (PR), Goiânia (GO) e São Paulo (SP) se destacaram no Brasil como líderes em demanda imobiliária, cada uma em um segmento específico de renda: econômico (até R$ 12 mil), médio (de R$ 12 mil a R$ 24 mil) e alto (acima de R$ 24 mil), respectivamente. Os dados são da segunda edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil), que analisou 61 cidades brasileiras com potencial para investimentos em imóveis residenciais verticais. O estudo é uma iniciativa do Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

 

Com abrangência nacional e utilizando dados de transações reais — anonimizados e não autodeclarados —, o IDI Brasil oferece uma ferramenta estratégica e inovadora para investidores privados e gestores públicos. O indicador fornece informações essenciais para decisões mais assertivas no mercado habitacional, contribuindo para uma gestão mais eficiente de custos, prazos, recursos e produtividade em projetos de construção civil.

 

Índice apoia decisores

 

O IDI Brasil é atualizado trimestralmente, permitindo monitorar o desempenho, identificar tendências e mapear oportunidades no mercado imobiliário. “Desenvolvemos o IDI para ser uma ferramenta de apoio que fomente discussões sobre os fatores por trás das demandas imobiliárias. Isso impacta diretamente a maneira como a construção civil se adapta para atender melhor o cidadão, criando empreendimentos alinhados com as necessidades do cliente final. Trata-se de uma abordagem estratégica que fortalece tanto o planejamento quanto a execução de iniciativas habitacionais”, destaca Gabriela Torres, Gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge.

 

A falta de previsibilidade e a carência de indicadores robustos ainda são desafios para a Indústria da Construção, especialmente no mercado imobiliário. Fábio Garcez, Diretor Executivo e fundador do CV CRM, solução do Ecossistema Sienge responsável pelo fornecimento dos dados para o levantamento, reforça a importância de dados mais precisos: “O IDI busca trazer agilidade para a indústria da construção e para o mercado imobiliário. Com atualizações frequentes e dados reais, conseguimos apoiar o decisor de maneira efetiva.”

 

Padrão econômico | Renda familiar R$ 2 mil a R$ 12 mil

 

Em 2024, o padrão econômico foi consistentemente liderado por Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) ao longo dos quatro trimestres do ano. A capital paranaense encerrou o último trimestre com a maior pontuação registrada em todos os padrões: 0,909.

 

José Carlos Martins, Presidente do Conselho Consultivo da CBIC, atribui esse desempenho ao plano diretor da cidade, que dificulta a aquisição de moradias populares, como as do programa Minha Casa Minha Vida, gerando uma demanda significativamente alta, que não é atendida e eleva o índice. “Muitas pessoas que desejam adquirir imóveis no padrão econômico em Curitiba acabam buscando alternativas na região metropolitana ou optando por imóveis usados. O Índice evidencia, inclusive, a necessidade de adequações na legislação, que por ser muito exigente, acaba sendo impeditiva para grande parte da população”, destaca José Carlos.

 

As 10 primeiras colocadas do ranking econômico são:

1. Curitiba (PR) – nota 0,909

2. Fortaleza (CE) – nota 0,849

3. São Paulo (SP) – nota 0,791

4. Goiânia (GO) – nota 0,762

5. Recife (PE)- nota 0,793

6. Sorocaba (SP) – nota 0,725

7. Maceió (AL) – 0,707

8. Brasília (DF) – nota 0,677

9. Aracaju (SE) – 0,660

10. Maringá (PR) – nota 0,635

 

Médio padrão | Renda familiar de R$ 12 mil a R$ 24 mil

 

No padrão médio, Goiânia (GO) se destacou como a cidade com maior demanda direta por novos imóveis em 2024. As unidades lançadas nesse segmento são rapidamente absorvidas pelo mercado. Renato Correia, presidente da CBIC, atribui esse desempenho às recentes mudanças na legislação municipal. “Um plano diretor bem estruturado é uma alavanca fundamental para aproveitar o potencial econômico e a demanda. Esse é um diferencial estratégico que impulsiona o mercado”, afirma Renato.

 

Diferentemente do padrão econômico, o médio padrão apresentou mais variações ao longo de 2024. São Paulo (SP) e Goiânia (GO) alternaram entre a primeira e segunda posições no primeiro e segundo trimestres. Florianópolis (SC) iniciou o ano em 9º lugar e encerrou em 3º, enquanto Brasília (DF) esteve estável até o 3º trimestre do ano, caindo uma posição no último trimestre.

 

Além das primeiras colocadas, Maceió (AL) teve um crescimento expressivo na demanda, iniciando 2024 na 22ª colocação e encerrando o ano em 10º lugar do ranking. Cristiano Rabelo, CEO da Prospecta e responsável pela metodologia do IDI, destaca que um dos motivos pode ter sido uma situação externa. “Tivemos um grande problema no bairro Pinheiro, em Maceió, onde o afundamento de solo forçou muitas famílias a abandonarem suas casas. O mercado precisou responder com soluções habitacionais, o que aqueceu as buscas. O Índice reflete claramente essa influência, especialmente no padrão médio e alto, que era o perfil das residências afetadas”, explica Cristiano.

 

As 10 primeiras colocadas no ranking médio padrão são:

1. Goiânia (GO) – nota 0,807

2. São Paulo (SP) – nota 0,782

3. Florianópolis (SC) – nota 0,655

4. Brasília (DF) – nota 0,654

5. Curitiba (PR) – nota 0,634

6. Salvador (BA) – nota 0,628

7. Porto Belo (SC) – nota 0,616

8. Fortaleza (CE) – nota 0,609

9. Belo Horizonte (MG) – nota 0,595

10. Maceió (AL) – nota 0,587

 

Alto padrão | renda familiar superior a R$ 24 mil

No padrão alto, o ranking de 2024 manteve-se relativamente estável no topo, com São Paulo (SP), liderando o ranking em todos os parâmetros e Goiânia (GO), que fica logo na sequência. Em ambas as capitais os novos e antigos lançamentos são absorvidos pelo mercado rapidamente, destacando a demanda de famílias com renda superior a R$ 24 mil em obter um imóvel.
 

Florianópolis (SC) consolidou-se na terceira posição no terceiro e quarto trimestre, subindo no ranking, mas com nota muito próxima a Fortaleza, que subiu do sétimo para o quarto lugar. Recife (PE) teve queda nos indicadores de demanda direta e atratividade de lançamentos. Ou seja, menos pessoas buscando um imóvel e, por consequência, as unidades lançadas estão sendo vendidas mais devagar. Brasília (DF), por sua vez, teve um aumento no indicador de oferta de terceiros, mas teve redução na atratividade de lançamentos.

 

Outro destaque foi Fortaleza (CE), que iniciou 2024 em 16º no ranking, e encerrou o ano na 4ª colocação. A capital do Ceará teve como maiores avanços o foco na demanda direta e aumento da atratividade dos imóveis.

 

As 10 primeiras colocadas do ranking alto padrão, são:

1. São Paulo (SP) – nota 0,850

2. Goiânia (GO) – nota 0,833

3. Florianópolis (SC) – nota 0,733

4. Fortaleza (CE) – nota 0,714

5. Balneário Piçarras (SC) – nota 0,701

6. Belo Horizonte (MG) – nota 0,685

7. Brasília (DF) – nota 0,678

8. Curitiba (PR) – nota 0,646

9. Recife (PE) – nota 0,629

10. Salvador (BA) – nota 0,627

 

Entenda a metodologia usada

 

O modelo matemático avalia a atratividade de cidades brasileiras para novos projetos imobiliários, utilizando seis indicadores principais, que abrangem aspectos essenciais do mercado. Cada indicador é ponderado por especialistas para refletir sua relevância, garantindo um resultado confiável e útil para decisões estratégicas.

1. Indicador de Demanda: Mede o número de potenciais compradores, refletindo o tamanho do mercado consumidor e o potencial de consumo na cidade. (Fonte: IBGE)

2. Indicador de Dinâmica Econômica: Avalia a capacidade do município de gerar ciclos de demanda e fortalecer a economia local por meio de fatores como emprego e renda, que influenciam a capacidade de compra e a sustentabilidade do mercado. (Baseado em dados do IBGE, CAGED e Receita Federal)

3. Indicador de Ofertas de Terceiros: Avalia a concorrência e a saturação do mercado, indicando a disponibilidade de imóveis oferecidos por outros agentes e a viabilidade de novos empreendimentos. (Fonte: Portais de venda na internet)

4. Indicador de Demanda Direta CV CRM: Usa dados de leads para medir a procura ativa por imóveis específicos, apontando áreas de interesse imediato e direcionando estratégias de marketing e vendas. (Fonte: CV CRM)

5. Indicador de Atratividade para Antigos Lançamentos CV CRM: Verifica o desempenho de lançamentos com mais de 12 meses, oferecendo insights sobre a aceitação e estabilidade do mercado na cidade. (Fonte: CV CRM)

6. Indicador de Atratividade para Novos Lançamentos CV CRM: Examina o potencial de empreendimentos lançados nos últimos 12 meses, destacando tendências e novas oportunidades de negócios. (Fonte: CV CRM)

 

O resultado do modelo é uma lista de cidades com maior atratividade, apresentadas em forma de ranking com base no cálculo do IDI. A escala de atratividade vai de 0,000 a 1,000, onde as cidades que obtiverem um score próximo de 1,000 são consideradas altamente atrativas. As cidades são classificadas em cinco categorias de atratividade: Muito Alta, Alta, Média, Baixa e Muito Baixa, de acordo com seu score no IDI.

 
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