Apac: chuva dentro da média e muito calor para o próximo trimestre na RMR

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) divulgou, nesta quarta-feira (26), a previsão de chuvas e clima para os meses de abril, maio e junho em Pernambuco. O período marca chuvas intensas na porção leste do estado, que engloba as regiões metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste. Já o Sertão, localizado na porção oeste do território pernambucano, se despede do período chuvoso ainda no mês de abril. Nas regiões afetadas pelo aumento da precipitação, a previsão é de chuva dentro ou abaixo da média anual – que já é alta, além de temperaturas altas e permanência da sensação de calor.

Os dados fazem parte de uma análise dos modelos meteorológicos que consideram as condições dos oceanos Pacífico Equatorial e Atlântico Tropical, além da temperatura atmosférica. Mensalmente, a Apac realiza uma reunião climática para avaliar as alterações na previsão do semestre seguinte. A última reunião aconteceu por videoconferência, nessa terça-feira (25), com a participação dos Centros Estaduais de Meteorologia e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Chuva dentro da média

De acordo com a Apac, o período de chuvas na região leste não deve ser diferente este ano. Entre abril, maio e junho, as regiões da Zona da Mata, Agreste e metropolitana devem lidar com uma precipitação dentro ou abaixo da média histórica anual. Contudo, isso não significa que eventos extremos não podem acontecer. Segundo Suzana Montenegro, presidente da Apac, as chuvas podem chegar com concentração alta em poucas horas e provocar situações de risco. Na região metropolitana, sobretudo, a média histórica já inclui alta precipitação, superando os 300 mm no mês de junho.

“De fato, a chuva será dentro ou abaixo na média, mas, em Recife, já chove muito sempre. A chuva estar abaixo da média não impede a ocorrência de eventos concentrados. Às vezes, a chuva de semanas cai em poucas horas, com intensidade moderada a forte. Isso é suficiente para emitirmos alertas diários sobre eventos extremos, que envolvem riscos hidrológicos, transbordamento de rios, e possibilidade de deslizamentos em encostas”, explicou Montenegro ao LeiaJá.

Precipitação

Região Abril Maio Junho
Metropolitana do Recife 269,2 294,3 337,6
Zona da Mata 159,6 188,5 224,6
Agreste 103,0 104,7 115,3
Sertão 99,2 52,8 35,3
Fernando de Noronha 290,3 206,2 205,8
Valor médio da precipitação (mm) mensal por mesorregião em Pernambuco. Fonte: Apac

Calor e mudança na temperatura

A partir de abril, a temperatura deve cair gradualmente em Pernambuco, até a chegada do inverno. Algumas regiões, como a Agreste, sentem uma maior alteração no clima. Já na Região Metropolitana do Recife, a temperatura poderá ultrapassar a média, que é de 29º a 30º C. Também ocorre uma mudança na influência dos sistemas. As chuvas de janeiro a março tiveram influência dos vórtices ciclônicos e da Zona de Convergência. A partir de abril, a região leste sofre influência dos Distúrbios Ondulatórios de Leste.

“Naturalmente, o período é chuvoso, mas é possível acontecer veranicos. Eles são dias sem chuvas dentro do período chuvoso. Nos veranicos, podemos ter temperaturas mais altas e dias mais quentes. As temperaturas diminuem gradualmente, mas, no Grande Recife, a média já é entre 29º e 30º, e este ano, deve estar acima disso”, elucida a meteorologista Edvânia Santos, da Apac.

A especialista também destaca que a ausência dos ventos influencia na sensação térmica. Na região leste, os ventos surgem após o trimestre de análise, entre o fim de julho e o começo de agosto. A meteorologista também explica a diferença entre as precipitações do Sertão (região oeste) e das demais regiões.

“Os sistemas que atuam no litoral são os Distúrbios Ondulatórios de Leste. No Sertão, é a Zona de Convergência Intertropical. Essa zona não atuou como deveria no Sertão este ano. Em janeiro choveu bem em todo o estado, especialmente no Sertão. Porém, o período chuvoso sertanejo foi abaixo da média. Em março, que é o mês que mais chove lá, as chuvas não foram significativas”, detalha Edvânia.

Chuva em janeiro e fevereiro

Por fim, a representante da Apac desmentiu que a intensidade das chuvas, seja alta ou baixa, antes do período chuvoso de cada região, não exerce influência sobre o trimestre. Em janeiro e fevereiro, por exemplo, choveu de forma intensa no Grande Recife. Porém, isso não significa que o período de chuvas será ainda mais intenso. Edvânia destaca que esse é um mito comum sobre os eventos de chuva, mas que as ocorrências não têm correlação.

“[A chuva este ano] não foi um evento atípico porque a atuação dos vórtices ciclônicos de altos níveis nos meses de janeiro e fevereiro é comum. Isso também é associado à Zona de Convergência Intertropical. Não existe base científica ou correlação entre chover muito nesses meses”, conclui.

O post Apac: chuva dentro da média e muito calor para o próximo trimestre na RMR apareceu primeiro em Tudo que você precisa saber. Notícias, Carreiras, Esportes, Cultura, Tecnologia, Vídeos e muito mais….

Adicionar aos favoritos o Link permanente.