Ataques em Beirute e Teerã devem suspender negociações para cessar-fogo em Gaza e acirram tensão no conflito do Oriente Médio. Dois ataques letais a altos comandantes do Hezbollah e do Hamas em menos de 24 horas em Beirute e em Teerã sinalizam um potente e transparente recado de Israel ao Irã, seu principal inimigo regional, que serve de pilar às duas organizações.
Embora o governo Netanyahu não tenha assumido a autoria pelo assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, fica clara a mensagem: suas forças militares são capazes de alcançar alvos fora de seu território.
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As ações deverão se desdobrar para além da retórica da vingança, já manifestada pelos principais atores atingidos pelos ataques, como o líder supremo do regime iraniano, Ali Khamenei, e do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
De imediato, a morte de Haniyeh suspende as negociações para um cessar-fogo na guerra de quase dez meses em Gaza, que tinha em Haniyeh, o rosto público do Hamas, um dos principais envolvidos.
“Como a mediação pode ter sucesso quando uma parte assassina o negociador do outro lado?”, questionou na rede X o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani. Exilado no Catar, Haniyeh atuava como um ator político, para espelhar ao mundo a faceta menos radical do grupo terrorista.
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PERFIL: Quem é Ismail Haniyeh
De imediato, os dois assassinatos cirúrgicos devem também aliviar, ainda que temporariamente, a imagem do desgastado premiê Benjamin Netanyahu com parte do público interno. Até agora, Israel fracassou em seu objetivo principal ao iniciar a guerra: o de aniquilar os principais líderes do Hamas.
Os múltiplos críticos do primeiro-ministro acusam o primeiro-ministro de prolongar a ofensiva em Gaza para se safar de processos criminais e adiar as investigações sobre as falhas de seu governo no massacre, em seu território, de 1.200 israelenses pelo Hamas. Com as negociações estancadas, Netanyahu ganha mais tempo à frente do governo.
Os destinos dos cerca de 120 reféns mantidos em Gaza, da dilapidada população palestina, sitiada por dez meses de fome e ataques no enclave, parecem ainda mais sombrios após o assassinato de Haniyeh.
Dificilmente o Hamas será eliminado, como assegura o premiê israelense aos quatro ventos. Outros assassinatos seletivos de seus líderes e comandantes foram realizados por Israel nas últimas décadas, mas o grupo acabou se reorganizando. O arquiteto do massacre de 7 de outubro, Yahya Sinwar, ainda comanda o Hamas em Gaza e, assim como Netanyahu, resiste ao cessar-fogo.
É de se esperar uma resposta do regime iraniano, diante do embaraço e da humilhação de sofrer um ataque aéreo em seu território, num momento de fragilidade política, apenas um dia após a posse do presidente, Masoud Pezeshkian. As mortes de Haniyeh, em Teerã, e de Fuad Shukr, comandante do Hezbollah, em Beirute, atiçam labaredas na conturbada geopolítica do Oriente Médio sem erradicar a raiz de seus conflitos.
Embora o governo Netanyahu não tenha assumido a autoria pelo assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, fica clara a mensagem: suas forças militares são capazes de alcançar alvos fora de seu território.
As ações deverão se desdobrar para além da retórica da vingança, já manifestada pelos principais atores atingidos pelos ataques, como o líder supremo do regime iraniano, Ali Khamenei, e do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
De imediato, a morte de Haniyeh suspende as negociações para um cessar-fogo na guerra de quase dez meses em Gaza, que tinha em Haniyeh, o rosto público do Hamas, um dos principais envolvidos.
“Como a mediação pode ter sucesso quando uma parte assassina o negociador do outro lado?”, questionou na rede X o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani. Exilado no Catar, Haniyeh atuava como um ator político, para espelhar ao mundo a faceta menos radical do grupo terrorista.
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Os múltiplos críticos do primeiro-ministro acusam o primeiro-ministro de prolongar a ofensiva em Gaza para se safar de processos criminais e adiar as investigações sobre as falhas de seu governo no massacre, em seu território, de 1.200 israelenses pelo Hamas. Com as negociações estancadas, Netanyahu ganha mais tempo à frente do governo.
Os destinos dos cerca de 120 reféns mantidos em Gaza, da dilapidada população palestina, sitiada por dez meses de fome e ataques no enclave, parecem ainda mais sombrios após o assassinato de Haniyeh.
Dificilmente o Hamas será eliminado, como assegura o premiê israelense aos quatro ventos. Outros assassinatos seletivos de seus líderes e comandantes foram realizados por Israel nas últimas décadas, mas o grupo acabou se reorganizando. O arquiteto do massacre de 7 de outubro, Yahya Sinwar, ainda comanda o Hamas em Gaza e, assim como Netanyahu, resiste ao cessar-fogo.
É de se esperar uma resposta do regime iraniano, diante do embaraço e da humilhação de sofrer um ataque aéreo em seu território, num momento de fragilidade política, apenas um dia após a posse do presidente, Masoud Pezeshkian. As mortes de Haniyeh, em Teerã, e de Fuad Shukr, comandante do Hezbollah, em Beirute, atiçam labaredas na conturbada geopolítica do Oriente Médio sem erradicar a raiz de seus conflitos.